Os bastidores do Architecture Hunter
Amanda Ferber foi a convidada do último episódio do Betoneira
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O Architecture Hunter começou no Instagram em 2013 e se tornou uma empresa de mídia com presença global, atraindo arquitetos, designers, estudantes, curiosos e todos os profissionais da cadeia da arquitetura e do design. Amanda Ferber, fundadora e CEO do Architecture Hunter, falou sobre a trajetória do projeto no último episódio do Betoneira.
A conversa começou com Amanda contando sobre sua principal descoberta profissional, ou seja, a decisão que a fez investir no Architecture Hunter. Segundo ela, durante seu estágio no escritório do arquiteto Marcio Kogan, ela percebeu que gostava mais de comunicar a arquitetura do que projetar. Desde o início da faculdade Ferber admirava Marcio Kogan e desejava trabalhar no escritório dele. Lá, descobriu mais sobre a dinâmica do escritório e dos processos envolvendo cada projeto, e ficou com vontade de contar às pessoas sobre os caminhos de criação da equipe. Trabalhando lá, e encantada com o escritório, ela decidiu, então, que gostaria de comunicar a arquitetura. Marcelo Barbosa foi professor de Amanda Ferber no Mackenzie e ressaltou que alguns alunos mostram suas preferências desde o começo; observar a variedade de atuações possíveis e os caminhos tomados pelos alunos e alunas é muito rico.
“O Architecture Hunter me trouxe muitas possibilidades.”
Amanda começou sua página na internet no primeiro semestre da faculdade, quando o Instagram era bem diferente do que é hoje. Na época, ninguém sabia que Amanda era o nome por trás das postagens, apenas as amigas mais próximas. No começo Amanda Ferber era muito tímida e levava o perfil apenas como um hobby. Ela contou como ficou feliz e admirada quando soube que Marcio Kogan seguia sua página e acompanhava as postagens.
O primeiro post aconteceu no dia 3 de junho de 2013 e, passados dez anos, Amanda Ferber percebe que seu olhar para a arquitetura mudou. Houve épocas em que ela postava três vezes por dia, e, por conta do grande volume de material, é difícil perceber a mudança de olhar no cotidiano. Entretanto, observando de forma mais macro toda a trajetória, ela disse que seu olhar foi ficando mais minimalista e limpo. Além disso, sua percepção fotográfica foi se refinando. Às vezes o Architecture Hunter deixa de publicar algum projeto porque a fotografia não está boa. “Entender luz e proporção é muito importante para divulgar a arquitetura.”
O Instagram possibilitou para os profissionais de arquitetura uma certa independencia; segundo Amanda, agora “eles não dependem mais só das revistas para divulgar o trabalho.”
Outro tema da conversa foi a pluralidade que o Architecture Hunter procura e valoriza. A ideia é mostrar toda a variedade da arquitetura, e não só residências de alto padrão de quem pode contratar um arquiteto. “Nosso sonho é mostrar cada vez mais projetos que não sejam só residenciais, pois essas construções afetam a vida de mais pessoas.” Edifícios comerciais, fábricas, capelas e escolas já foram mostradas no Architecture Hunter. A convidada falou da emoção de ter feito a cobertura de um prêmio suíço sobre sustentabilidade na construção no final de 2023.
No Instagram, trinta por cento do público do Architecture Hunter é formado por pessoas que não são da arquitetura. Já no Youtube há um equilíbio maior, pois cinquenta por cento das pessoas são de fora da arquitetura. “Isso, para nós, é bem legal; ter profissionais acompanhando o Architecture Hunter é sinal da relevância dos nossos conteúdos.” O Architecture Hunter tem um time editorial, audiovisual e comercial e produz conteúdo para várias plataformas: Instagram, Youtube, Tik Tok, Pinterest, entre outras. “Temos tons diferentes para cada plataforma, mas sem se entregar totalmente para o jogo de cada rede social, perdendo nossa identidade e essência”, ela ponderou.
Amanda Ferber também falou sobre o modelo de negócios do Architecture Hunter, baseado em branded content. “Não acho que faz sentido cobrar dos arquitetos para eles aparecerem, isso colocaria a credibilidade em jogo.” A primeira marca a procurar o Architecture Hunter foi a LG. Amanda recebeu um e-mail da sede da Coreia do Sul; a marca estava interessada em anunciar uma televisão e a parceria deu certo. Desde então, o projeto passou a monetizar com diversas marcas de mobiliário, revestimento, tecnologia, entre outras. “As marcas querem se comunicar com os arquitetos e o modelo, então, deu certo.”
Quem é Amanda Ferber: Formada em arquitetura no Mackenzie, foi estagiária no Studio MK27 e trabalhou por dois anos no ArchDaily. Amanda entrou na prestigiosa lista Forbes Under 30 aos 24 anos e em 2020, foi considerada a número 1 entre os 125 maiores influenciadores da arquitetura de todo o mundo pelo Feedspot. No ano seguinte, a Architizer a incluiu na lista das “100 Mulheres para Observar na Arquitetura”.